segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Poema

FraternidadeNão me dói nada meu particular. 
Peno cilícios da comunidade. 
Água dum rio doce, entrei no mar 
E salguei-me no sal da imensidade. 

Dei o sossego às ondas 
Da multidão. 
E agora tenho chagas 
No coração 
E uma angústia secreta. 

Mas não podia, lírico poeta, 
Ficar, de avena, a exercitar o ouvido, 
Longe do mundo e longe do ruído. 
Miguel Torga

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